Contudo, após a sagração da "santa aliança" ente os até então adversários ferrenhos, uma repetitiva e inquietante pergunta vem à tona: por que Flores, na prática, continua sendo tratada com relutância e apenas consolada com investimentos esporádicos ao longo dos últimos 24 anos?
Para responder essa indagação, usemos a perspectiva factual temperada com mais uma pergunta retórica: qual a vantagem de sucatear um bem imóvel público, relegando-o ao abandono, para no inverso da lógica, gastar uma segunda vez com a locação de imóvel privado?
Nesse viés, seguem alguns casos concretos da Flores encoberta pelo véu do silêncio e condenada à parcimônia da negligência.
1. Quadra do Miguel Pereira.
Visivelmente em condições que beiram a interdição, o equipamento de inclusão persiste em algum lugar entre a ruína e a inércia.
Tomada pelo mato, e com sua estrutura física nitidamente comprometida, a outrora arena poliesportiva, hoje é motivo de vergonha para a classe dirigente russana.
2. Antigo posto de saúde da rua principal.
Contrastando com a moderna (e muito recente) drenagem, a sucateada estrutura da unidade, além de ociosa, mesmo numa localização valorizada e privilegiada, serve hoje mais como mero ponto de referência e local para coleta de lixo doméstico.
3. USI.
Talvez o maior dos dissabores do Florense, a unidade de segurança integrada fechada e sem utilidade alguma, materializa um retrocesso no desenvolvimento e uma perda elevada na qualidade de vida para o habitante do distrito; sem falar no desperdício acentuado de recursos públicos.
4. Centro de inclusão digital.
Ironicamente, em pleno império das redes sociais e das mídias digitais, Flores se depara com o seu espaço único e exclusivamente criado para esse fim, (por alguma razão desconhecida) fechado.
De certa forma, mesmo ainda em boas condições, a estrutura já começa a sentir os sinais implacáveis do tempo e do esquecimento.
Então, cidadão russano, em especial você, da "terra de gente feliz" e adjacências, quando um político propor um investimento na infraestrutura, aceite e cobre, mas questione também o que será feito dos equipamentos públicos já existentes; afinal, como se pode expandir, sem manter aquilo que já existe?
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