Desde sua criação no limiar dos anos 1990, o atual modelo de saúde pública brasileiro (SUS), com seus diferentes níveis de complexidade e variadas esferas de competência, esbarrou num entrave persistente e de difícil resolução: o gerenciamento eficiente no transporte de pacientes.
Num país de extensões continentais, optante pelo contraditório sistema rodoviário, com malha viária longe das condições ideais e ainda assentado na polarização das especialidades de saúde nas capitais dos estados; transportar adoentados e acompanhantes se tornou um estreito gargalo tanto financeiro, quanto técnico, e muito mais ainda, político para os pequenos municípios brasileiros.
Diante desse cenário aparentemente impassível, realidades como a de Limoeiro do Norte destacam-se pelos seus resultados positivos dentro das sempre apertadas execuções orçamentárias em saúde.
Atualmente com cerca de 60 mil habitantes, segundo o IBGE em estimativa de 2018, e ainda sendo sede do polo regional de saúde (10ª CERES), composto por 11 municípios, a cidade dispõe no momento de apenas 4 ambulâncias, e 1 micro-ônibus para transporte sanitário.
A chave para o êxito no atendimento otimizado das demandas está no organograma técnico e definido da Secretaria Municipal de Saúde, que por sua vez, funciona em blocos distintos e especializados: um núcleo administrativo e um complexo ambulatorial.
Naquele último, fica o Setor de Transporte em Saúde, que por sua vez é responsável pela logística de urgência/emergência (24h) e pelo transporte sanitário (voltado para pacientes com exames e ou procedimentos eletivos agendados).
A conectividade é fator decisivo para o funcionamento harmônico e satisfatório do setor, que a partir de 2017, recebeu seu próprio software funcional e especializado na área; que além de garantir qualidade total, acompanha altas, transferências e internações de pacientes, enviando e-mail em tempo real direto do Serviço Social da unidade em que o paciente se encontra para o celular do funcionário responsável, e com tempo de resposta identificada obrigatório de 10 minutos!
O citado correio eletrônico não é formalidade, é essencial. Nele, já consta a triagem de estado clínico prévio do paciente; que além de ganhar tempo precioso, garante aos profissionais objetividade na realização dos procedimentos adequados a cada caso.
Além do sistema informatizado e do correio eletrônico, as redes sociais (Whatsapp corporativo) e o sistema de escalas de serviço com duplo sobreaviso permanente (1 na ativa, 2 na reserva) garante o funcionamento contínuo desse setor crucial.
Além de todo esse entrosamento laboral da equipe, existe a Casa de Apoio em Fortaleza; instalação em sintonia com o Setor de Transporte, que além de atender a pacientes e acompanhantes em situação de vulnerabilidade social, também é importante ponto logístico.
No final de 2018, a Prefeitura recebeu sob a forma de emendas parlamentares mais nove unidades móveis e uma "topic" com capacidade para 32 passageiros, cuja entrega pela empresa vencedora do certame tem data provável para finais de fevereiro deste.
Por fim, esse modelo enxuto de processo gerencial também eliminou vícios e praticas nocivas (tais como interferências externas, desvios de finalidade e facilitações políticas) que atrapalhavam o fluxo espontâneo do Setor.
Limoeiro, sempre vanguardista no vale do jaguaribe.
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